segunda-feira, 26 de julho de 2010

Curiosidades sobre vinho!


Como este blog foi feito para pessoas sofisticadas reservei um espaço no blog para ajudar a dar os primeiros passos no mundo do vinho. Preparei algumas informações úteis para você viver experiências deliciosas com apoio do Gianni Tartari.


Qual tipo de comida acompanha melhor cada vinho?
A harmonização de comida x vinhos é bem específica e não é interessante generalizar. Devemos pensar na estrutura do prato para poder escolher um vinhos à altura.

Como sabemos que o vinho é um dos melhores?
É difícil uma resposta objetiva. Existe inúmeros vinhos considerados “os melhores” em sua categoria ou preço ou tipo de uva, pra dar uns exemplos.

Existe tempo também para um bom vinho, ou seja, quanto mais velho melhor?
Sim, existe! Só que essa afirmação pode não ser uma verdade absoluta. Cada tipo de vinho possui corpo, estrutura e infinitas outras coisas que formarão o seu potencial de envelhecimento/guarda. Por exemplo, um grande tinto da região francesa de Bordeaux, uma das mais importantes do mundo, pode ser guardado por 30 anos, porém esse tempo está diretamente relacionado com a qualidade da safra.

Champanhe também é vinho, certo?
Certo, é uma categoria de vinho espumante.

E qual é a história do champanhe?
A história do Champagne remota ao século XVII.

LE CHAMPAGNE

A região da Champagne está localizada no extremo norte da França, no limite de plantio da Vitis vinifera, onde o clima é rigoroso, mas levemente amansado pela influência oceânica. O subsolo é em maioria calcário o que propicia à vinha uma irrigação natural constante. Os vinhedos estão plantados nas encostas, favorecendo uma ótima insolação das vinhas e uma perfeita drenagem do excesso de água. Outra característica desse terroir é a impressionante divisão dos vinhedos. Aproximadamente 260.000 parcelas (digamos, pedaços de terra), tratadas como jardins pelos viticultores, possuem particularidades únicas que se revelarão durante a produção do vinho. Esses pedaços de terra receberam seus nomes há muitos anos: Cotes à Brás, Gouttes D’Or, Côte des Blancs... O vinho da Champagne já era apreciado desde a Idade Média, quando os religiosos cuidavam das vinhas. Desde o século XII o vinho da Champagne atravessa fronteiras e seu prestígio não pára de crescer. Apenas no final do século XVII que o vinho da Champagne, até então claro, leve, fresco e delicadamente frisante, se torna efervescente. A partir daí se tornou o rei incontestável das festas no mundo inteiro.

Nessa época também foram introduzidos dois avanços fundamentais na produção: a vinificação em branco das uvas tintas (sem contato das cascas tintas com o mosto – suco - das uvas) e o cuidadoso processo de prise de mousse (ganho de espuma). As uvas utilizadas até hoje são: Pinot Noir, Pinot Meunier, duas uvas tintas e Chardonnay, uma uva branca. O Champagne pode ser produzido apenas com a uva branca, recebendo a menção de Blanc de Blancs. Após a colheita as três uvas são vinificadas separadamente e passam por uma assemblage, dando origem ao vinho-base. Esse vinho é engarrafado com leveduras e um composto de açúcar, o liqueur de tirage, e começa a segunda fermentação para criar espuma, a prise de mousse , e formar o perlage (bolinhas). Esse processo tem duração de quatro a oito semanas. Logo após este processo o vinho deve ficar em contato com as leveduras por um período mínimo de quinze meses. Quanto maior for esse contato, que pode durar anos, os aromas se desenvolvem e tornam o Champagne cada vez mais complexo. O vinho fica efervescente e forma-se um depósito de sedimentos devido às leveduras mortas. É por isto que se procede à remuage, como uma centrifugação manual. As garrafas são colocadas na posição horizontal em pupitres, estantes de madeira com buracos para encaixar as garrafas, e diariamente, durante 30 – 40 dias, recebem rotações, levando-a progressivamente à posição vertical. O sedimento desce para o gargalo e acumula-se em uma tampa especial. Procede-se a seguir o dégorgement: o gargalo é congelado a 30ºC negativos em segundos, formando uma pedra de gelo. Basta então destampar a garrafa para que esta pedra de sedimentos congelada seja expulsa pela pressão. Vem então a dosage, adição do liqueur d’expédition à base de açúcar e vinho-base que permite realizar diferentes variedades, sendo as principais Brut, que recebe até 15 gramas de açúcar por litro, e Demi-sec, que recebe açúcar entre 35 e 50 gramas por litro. Para a produção do Champagne Rose, o produtor pode iniciar o processo de elaboração com um vinho rosado ou adicionar um vinho tinto da região no processo de dosage. Finalizado esse processo a garrafa recebe a rolha, a gaiola – uma espécie de presilha da rolha, a cápsula e o rótulo, estando pronta para o mercado. Uma das maiores Maisons de Champagne é a Moët & Chandon, que produz uma série de Champagnes importantes, além de produzir a famosa, e maravilhosa, Dom Pérignon. Outra grande Maison da região é a Ponsardin, que produz os não menos maravilhosos Veuve Clicquot e a cuvée especial La Grande Dame. São muitas Maisons produtoras de Champagne de altíssima qualidade: Gosset, Taittinger, Pol Roger, Bollinger, Ayala, Ruinart, Larmandier-Bernier, J. Lassalle, Barnaut, De Sousa, Pierre Moncuit, Delamotte, Salon, Billecart-Salmon, Jacquesson, Egly-Ouriet, Jacques Selosse...Escolha o seu Champagne e celebre, pois estamos chegando ao final do ano e as grandes comemorações já vão começar. E como diz a famosa música de Pepino di Capri, lançada em novembro de 1973, “Cameriere, Champagne!”. Salut...

Gianni Tartari
Sommelier

No blog dele tem mais informações.

Contato
Blog: http://goleseletras.blogspot.com


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